Terra, Planeta água. Setenta e cinco por cento de sua superfície é coberta por águas, mas 97% delas são salgadas, sem condições para as pessoas usarem no dia a dia. Mais ou menos 12% das reservas de águas doces superficiais existentes no mundo inteiro correm por leitos de rios brasileiros. O problema é que essas águas se concentram no Norte do País, na Amazônia (80%), outras regiões, como o Semiárido no Nordeste, sofrem longos períodos de secas, com diversas consequências sociais. É nesse contexto que a Paraíba passa a integrar a Aliança Tropical de Pesquisa da Água, uma Aliança entre Brasil e Austrália na busca de soluções aos problemas relacionados à água em ecossistemas tropicais.
A Paraíba é o terceiro estado no Brasil a firmar a parceria, uma articulação feita pelo professor José Etham de Lucena Barbosa, coordenador do Laboratório de Ecologia Aquática da Universidade Estadual da Paraíba, e o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, a Fapesq, Roberto Germano, em torno de instituições e empresas relacionadas à água como a Cagepa, Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba e o Instituto Nacional do Semiárido, com ampla infraestrutura para pesquisas voltadas ao bioma caatinga e tem nos recursos hídricos um dos temas estratégicos.
Roberto Germano fala ainda que abraça a ideia de construir com os parceiros nacionais uma aliança histórica com a Aliança Tropical: “Inicialmente, trabalhamos para fortalecer essa aliança primeiramente no seio do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa, o Confap, para a aliança adquirir o caráter nacional, o que está em franco avanço. Em seguida, fizemos o diálogo com nossos parceiros estaduais que reconhecem a extrema importância desta área – a gestão das águas – para o desenvolvimento do nosso estado”.
“A Aliança Tropical atua como uma governança de águas tropicais”, explica José Etham. “Essa palavra governança é como um guarda-chuva de ações complexas que vão desde a execução de projetos ambientais das bacias hidrográficas, legislação, tratamento de água, da dessalinização de poços, entre outras ações. Olhar para a bacia hidrográfica como fonte e recurso para populações que vivem em seu entorno e dela sustentam-se economicamente nos faz entender que esse recurso explorado precisa ser gerenciado de forma a respeitar seu tempo de recuperação para que ele esteja sempre ali e não seja extinto”, afirma José Etham.