Fruto de parceria entre Brasil e Austrália, a Aliança Tropical de Pesquisa da Água (TWRA) apoiou a terceira Expedição do Baixo São Francisco, concluída no último dia 10. No Brasil, a TWRA é presidida pelo professor da Universidade de Brasília José Francisco Gonçalves Júnior, do Instituto de Ciências Biológicas (IB), pesquisador principal da Aliança em território nacional.
Durante 11 dias, 47 pesquisadores de universidades federais do país percorreram as águas do rio, realizando paradas em nove cidades alagoanas e três cidades sergipanas. “Avaliamos a qualidade da água verificando a presença de poluentes, contaminantes, agrotóxicos no ambiente aquático e nos peixes; trabalhamos com a saúde da população e com a educação ambiental; coletamos mais de mil amostras para estudos em laboratório”, conta o docente da Ufal e coordenador da Expedição, Emerson Soares.
Devido à pandemia, pesquisadores da UnB e parceiros da Austrália não puderam estar presentes na expedição deste ano, como explica José Francisco Gonçalves Júnior: “a ideia é que isso aconteça em 2021, fortalecendo ainda mais o alcance nacional e internacional da Expedição”.
Segundo Soares, a expedição é atualmente a maior do país no estudo in loco de rios. “Somos cerca de 50 pesquisadores, 16 instituições e 27 diferentes áreas de pesquisa. A iniciativa se desdobra em dezenas de projetos continuados ao longo do ano nas universidades”, enumera o coordenador.
Para o próximo ano, a ação deve se tornar ainda maior, com participação crescente da TWRA. “Essa é uma iniciativa exemplar, a ser compartilhada com todos os outros membros da Aliança. É uma ação com potencial para ser replicada de norte a sul do país”, avalia o docente da UnB e presidente da Aliança no Brasil.
Emerson Soares acrescenta que outras regiões do São Francisco já manifestaram interesse em integrar o projeto. “No próximo ano, uma segunda expedição deve acontecer na região de Petrolina, no Submédio São Francisco. Nosso ideal a longo prazo é ter todo o rio monitorado através de expedições científicas.” Em 2021, a iniciativa também deve somar presença de cientistas da Espanha e dos Estados Unidos.