“O Rio Melchior não morreu. Ele é como um paciente em UTI — ainda há tempo para salvá-lo.”
A fala é do professor José Francisco Gonçalves Júnior, presidente da Tropical Water Research Alliance (TWRA), em entrevista ao jornal Correio da Manhã, destacando a necessidade urgente de ações efetivas para restaurar o Rio Melchior, no Distrito Federal.
A participação do presidente da TWRA reforça a mobilização de cientistas, ambientalistas e comunidades locais que denunciam a grave poluição que atinge o rio, hoje classificado como classe 4 — o nível mais permissivo de contaminação segundo a legislação brasileira. Na prática, essa classificação tem funcionado como uma licença desregulada para poluir, alerta o professor.
Segundo o estudo conduzido pela equipe da Universidade de Brasília (UnB), com a colaboração da TWRA, diversos compostos químicos perigosos foram identificados nas águas do Rio Melchior. Esses poluentes não apenas ameaçam a vida aquática e os moradores da região, como também têm potencial de contaminar o Rio Descoberto e Corumbá IV, duas das principais fontes de abastecimento hídrico do DF.
“A vantagem dos rios é que eles possuem um mecanismo natural de autodepuração. Mas, para que esse processo ocorra, é necessário recuperar as condições ambientais originais, incluindo o solo ao redor. Isso exige monitoramento contínuo e investimento público responsável”, afirma José Francisco Júnior.
A discussão sobre o Rio Melchior ocorre em um momento de crescente preocupação com os eventos climáticos extremos, que já afetam milhões de brasileiros e ameaçam a segurança hídrica e alimentar do país. “A degradação dos nossos rios está diretamente relacionada à crise climática. Proteger e restaurar ecossistemas hídricos como o Melchior é proteger o nosso futuro”, reforça o presidente da TWRA.
Para ampliar esse debate, o podcast 19 Gotas, produzido pela TWRA, já apresentou um episódio especial sobre a situação do Rio Melchior e os desafios da sua recuperação. A conversa está disponível no YouTube:
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A matéria completa publicada pelo Correio da Manhã pode ser acessada em:
📰 https://www.correiodamanha.com.br/especiais/2025/04/192681-o-rio-no-df-nao-esta-morto.html