O pesquisador e presidente da TWRA, José Francisco Gonçalves Junior, alerta sobre os riscos crescentes de contaminação da água do Lago Paranoá, um dos principais reservatórios utilizados para abastecimento e lazer no Distrito Federal. A qualidade da água está ameaçada, o que pode comprometer não apenas a biodiversidade aquática, mas também a saúde da população.
Situação Atual do Lago Paranoá
Recentes investigações e denúncias veiculadas em um Jornal da Globo, trouxeram à tona uma série de preocupações ambientais sobre o Lago Paranoá, incluindo a suspeita de uso excessivo de produtos químicos no tratamento da água e a presença de substâncias tóxicas acima dos limites permitidos pela legislação ambiental. A mortandade de peixes observada nas últimas semanas reforça a necessidade de um monitoramento mais eficiente.
Principais Problemas Identificados:
- Uso excessivo de produtos químicos: Denúncias apontam que a Caesb estaria utilizando altas concentrações de sulfato de alumínio e cal hidratada para corrigir desajustes na qualidade da água.
- Níveis de nitrito: Estudos da Universidade de Brasília indicam que a quantidade de nitrito na região da Ponte JK ultrapassa em dez vezes o limite permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente.
- Excesso de potássio: As medições revelaram que a concentração de potássio na água está 350 vezes acima do permitido.
- Baixa oxigenação da água: O aumento de sedimentos em suspensão tem reduzido os níveis de oxigênio, afetando a fauna aquática e contribuindo para a mortandade de peixes.
A contaminação da água pode ter efeitos devastadores tanto para os ecossistemas aquáticos quanto para as pessoas que utilizam o Lago Paranoá para lazer e abastecimento. A presença de substâncias químicas em excesso pode representar riscos tóxicos para a fauna, bem como para a população que consome água tratada a partir deste manancial.
Alertas das Autoridades
As autoridades ambientais, como a Caesb e a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), têm monitorado a qualidade da água e afirmado que medidas estão sendo tomadas para conter o problema. No entanto, pesquisadores e especialistas apontam que essas ações precisam ser mais eficazes, transparentes e rápidas para evitar um agravamento da situação.
Medidas de Preservação
A TWRA enfatiza a necessidade de soluções concretas para mitigar os riscos ao Lago Paranoá, incluindo:
- Implementação de um sistema de fiscalização mais rigoroso para garantir que os tratamentos químicos sigam normas ambientais seguras;
- Adotar práticas de tratamento de efluentes mais seguras e eficientes, reduzindo a carga de substâncias potencialmente prejudiciais na água;
- Ampliar a transparência na gestão da água, permitindo que a população tenha acesso a informações claras sobre a qualidade da água;
- Promover a conscientização ambiental entre a população, incentivando a participação cidadã na fiscalização e proteção dos recursos hídricos.
Como Podemos Contribuir?
A preservação do Lago Paranoá é uma responsabilidade compartilhada entre governos, instituições ambientais e a sociedade civil. Pequenas atitudes cotidianas, como evitar o descarte inadequado de resíduos e denunciar práticas ilegais, podem contribuir significativamente para a proteção deste ecossistema tão importante para o Distrito Federal.
A TWRA segue acompanhando de perto os desdobramentos dessa crise ambiental e reforça seu compromisso com a defesa dos recursos hídricos e a segurança ambiental para as futuras gerações.